quinta-feira, 30 de abril de 2009

DIVAGAÇÕES NOTURNAS - O cinema mudo e o mundo cego e surdo...







Aproveitando que agora no mês de abril, mais precisamente no dia 16, se comemorou 120 anos do nascimento do grande mestre do cinema mudo Charlie Chaplin.
Eu resolvi comentar um pouco sobre os filmes dele e fazer uma comparação com o mundo de hoje, não pensem que vou fazer uma avaliação critica desses filmes, sei que não tenho competência para julgar tais obras de tamanha criatividade. Ao invés disso vou apenas citá-las de forma vaga, porém útil ao nosso contexto.


Pessoalmente sou apaixonado por três grandes obras de Chaplin que na minha humilde opinião são as melhores (me perdoem aqueles que tiverem opiniões diferentes), são elas:

-
Nova colocação de Carlitos(His New Profession, 1914)

- tempos modernos
(Modern Times, 1936)

- o grande ditador
(The great dictator, 1940)

É incrível a nostalgia que sinto ao pensar nesses filmes, mas vamos em frente. Agora que temos os filmes, vamos aos contextos. O adorável vagabundo atrapalhado, com seus trejeitos cavalheirescos, sua roupa surrada, sua cartola e sua bengala de bambu, essa é a visão que temos de Chaplin, a visão de um adorável e cativante vagabundo que nos remete a uma pureza sem igual, tal qual sua imagem é tão inocente quanto a do menino que contracenou ao seu lado no filme (the kid) e do cachorro, companheiro de carlitos. Foi uma forma cômica de retratar um pouco do que o visionário Chaplin já conhecia em sua época e de certa forma imaginava para o futuro de nosso mundo. Agora deixemos de lado o vagabundo e olhemos para o operário explorado, devidamente acorrentado entre a pobreza e o baixo salário, obviamente adestrado pela necessidade e pelo falta de oportunidade, por outro lado a miséria e a fome leva crianças a roubar como também trabalhadores a se revoltarem em greves violentas, sendo assim marginalizados. Por ultimo temos o ditador Adenoid Hynkel, uma clara alusão a Adolf Hitler e suas atrocidades, apresentando nas telas o que por milhares de anos a nossa “racional” humanidade cometeu por preconceito e intolerância.

Agora que temos o nosso material de reflexão vamos ao ponto.
Será que fui só eu ou mais alguém notou o quão atuais parecem ser os filmes feitos em 1914,1936 e 1940?

Pois é, mas também temos nossas diferenças hora bolas.
Hoje os nossos vagabundos não são adoráveis e muito menos cavalheirescos, eles não cuidam de criançinhas abandonadas eles não dividem a comida com cães de rua e eles não são felizes apesar das circunstâncias (e nem tem como ser).
Já os nossos tempos modernos sim vão bem, obrigado, cada vez mais “modernos”. temos computadores, TVs de plasma, celulares e todo o tipo de artigo que nos faz “felizes”.
Sim e esses tempos modernos sim fazem com que nossos operários não precisem trabalhar tanto, afinal somos tão evoluídos que uma maquina faz o trabalho de vinte homens, então eles não trabalham tanto, ficam em casa sem emprego mesmo, bebendo de tristeza, se afogando com a política do pão e do circo proporcionada pelos carnavais e as bolsas família da vida, e ainda esses mesmos pais que já herdaram a violência dos antecessores fazem questão de passar adiante seu legado, deixando nossas crianças com fome, traumatizadas e violentas, ah que doces tempos modernos, onde todo mundo tem direito a ser um “trabalhador” com direitos assegurados pela lei, a mesma lei que aprisiona um desempregado que rouba uma lata de leite para o filho recém-nascido, enquanto absolve o político que roubou apenas dois ou três bilhões dos cofres públicos.
E pra concluir não podemos esquecer-nos dos ditadores, eles não existem mais, apenas defensores do mundo livre que invadem o país alheio com seus exércitos super-armados, e eliminam terroristas que ameaçam a liberdade com suas armas químicas imaginarias e seus lucrativos poços de petróleo, e ai sim, temos um mundo maravilhoso, não importa a milhares de vidas inocentes perdidas nesses conflitos, afinal isso tudo é em prol do nosso "admirável" mundo novo (que de novo, não tem nada).
Sir Charles Spencer Chaplin você com certeza era um visionário e esteja feliz por não ter conhecido esse mundo novo em nada além de suas visões cômicas, por que senão, você seria um ator de filmes de drama ou mesmo de terror.
É muito triste notar que antes éramos capazes de entender tanta coisa com o cinema mudo e hoje que temos tantos recursos visuais e auditivos, que temos o surround e os efeitos de som 3d, que temos os DVDs e os trios elétricos, vivemos em um mundo que faz questão de ser cego e surdo.


Bem pessoal e assim eu encerro mais este texto de reflexão em homenagem ao um dos grandes nomes do cinema mudo o nosso adorável vagabundo, e pra concluir esse texto nada melhor que uma frase de Chaplin que é totalmente contemporânea.

"Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."(Charles
Chaplin).

Nota: essa postagem era pra ser uma divagação noturna, mas o dia amanheceu fazer o que né?

9 já divagaram:

Anônimo,  30 de abril de 2009 às 15:49  

Nossaaa adorei sua postagem, ficou muito legal, adore a comparação com o mundo novo de hoje que de novo não tem nada .E foi bom tbm que fique sabendo mas sobre um pouco da vida de Charlie Chaplin tmb concordo por ele n ter conhecido esse novo mundo...e tmb quando vc diz:É muito triste notar que antes éramos capazes de entender tanta coisa com o cinema mudo e hoje que temos tantos recursos visuais e auditivos, que temos o surround e os efeitos de som 3d, que temos os DVDs e os trios elétricos, e vivemos em um mundo que faz questão de ser cego e surdo.bjus sol..

john 30 de abril de 2009 às 16:08  
Este comentário foi removido pelo autor.
john 30 de abril de 2009 às 16:13  

pois é a cada vez mais , nós mantemos, o padrão evolutivo que nos torna dinâmicos como o próprio tempo e duros como o próprio metal de nossas maravilhas mecânicas (bem vindos tempos modernos), obrigado pelo coment

Mell Araújo 1 de maio de 2009 às 16:11  

John,

você é assim como eu... à flor da pele; apaixonado pelo ato de viver, de atuar na vida, e de ser. E acredite, mesmo com a sensação, às vezes, não-boa de exposição, siga... seja, fale, cale o mundo falando quem é você.

Te amo, negão!

ps.: sou suspeita para falar de Chaplin! =)

john 1 de maio de 2009 às 20:26  

valeu mel, eu sei que você também se sente um E.T, aquele ponto em meio À multidão e mesmo sendo redundantes as vezes temos que repetir as velhas frases com novos contextos, e ainda que nos acusem de não inovar e de ser repetitivos, é bom lembrar que nada se cria tudo se transforma, e é isso que nós fazemos, tranformamos a maneira de ver o mundo ao nosso redor e expressar isso.
tbm te amo menina vc é uma grande amiga, e nessa brincadeira lá se vão mais ou menos seis anos de amizade.

ps:tbm sou suspeito pra falar de Chaplin mas fz q? o cara era um gênio
abraços

Junior Vondrake,  1 de maio de 2009 às 20:52  

Divaguei, ponderei e o assunto chama a atenção peo fato de mostrar algo ciclico na historia da humanidade.
As coisas mudam, o conteudo, porque o cntexto permanece o mesmo. Ou o ser humano tem dificuldade de aprender, ou aprende rapido, mas os acontecimentos demoram para tomar novas caras.
Como ate foi mostrado em Watchmen: Precisou-se de um cataclisma mundial para que as pessoas vivessem em paz, e em a Guerra dos Mundos: o ser humano tem seu ponto de mutação social, mas tal ponto mso aparece em momentos criticos de guerra, destruição e caos. Ou alguem aqui ja viu alguem ponderar para melhorar ou se preocupar com problemas do mundo ou alheios em momentos de paz?

john 1 de maio de 2009 às 21:40  

eu cconcordo com você em parte, eu sei que a guerra trás evoluções nas ciências, e até melhoras quanto ao humanismo, mas veja bem até onde vai esse "humanismo", e será que tantos inocentes precisem sofrer e morrer pra que nós possamos nos tornar mais humanos?
se a resposta for sim. eu prefiro ser chamado de animal irracional e não de humano "racional"

vlw pelo coment e em breve teremos mais divagações sobre o nosso "humanismo"
abraços

karla,  1 de maio de 2009 às 23:55  

so deixando q passei e vi...
deixo um comentario mais consistenet depois ..mais ja de antemão o felicito pois sei q tudo q faz é com inteligencia e criatividade..
parabens desde ja..
carla

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